quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Reticente

Olhares desatentos cruzam as cidades. Acordar, tomar café, trabalhar. No caminho, o transporte público, o trânsito, o fluxo acelerado da capital. Pessoas percorrem as ruas num ritmo contínuo, passam, perpassam, trombam umas nas outras, “desculpe”, “obrigado”, e os olhos colados ao chão ou ao sinal luminoso dos semáforos. Parar, seguir, atenção. A cabeça girando em pensamentos: pagar a conta, fazer a compra, quitar a dívida. E o percurso continua. Isolado, ilhado e invisível. Seguimos, Praça Sete, um mágico, um músico, um pipoqueiro. A fachada de um edifício abandonado, um homem ainda dormindo sob sua sombra. Atravessar na faixa de pedestre, cuidado com o motoqueiro. Um, dois, três, impaciência, um, dois, três, verde, seguir. Onde guardei as chaves? Livros, cadernos, estudar, o limite do tempo vencendo. Trim, trim, o celular. Onde se encontra a arte? Acordar, seguir, pagar a conta, um, dois, três, tomar café, trânsito, estudar, quitar a dívida, um mágico, impaciência, trabalhar, cuidado, um pipoqueiro, parar, “desculpe”, Trim, trim, o celular, transporte público, “obrigado”, um músico, um, dois, três, um motoqueiro, verde, seguir, atenção, fazer a compra, acordar...

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