sábado, 6 de novembro de 2010

IN NATURA (Cândida Leão)

Estes bichos querem apenas ser, dentro de uma estrutura irreal e utópica. Em suas formas livres, orgânicas e espontâneas do gesto que segue a mão e o pensamento, se constituem a partir das cores e formas. Bichos remetem ao instinto, ao impulso, ao desejo, estão em constante movimento, sempre atentos. É a própria sobrevivência que os leva ao ininterrupto deslocamento.  Aprecio a liberdade que existe em suas mentes, em seus pés, à naturalidade como vivem. As peculiaridades de cada um, suas características, o ir e vir, levam cada um a  compor o todo, a fazer parte de um sistema maior.  
Como eles, nós humanos também estamos sempre em busca de algo além do que os nossos olhos podem ver, longe do que as mãos podem tocar, alhures. Buscamos sempre os horizontes, que se diluem tão logo o alcançamos.
Desde os primórdios da existência, o homem preocupou-se em registrar tudo o que ele via e vivia. Assim, ele foi usando os suportes e as formas de impressão possíveis, como o é até os dias atuais. E ele sempre almejou e precisou perpassar os seus limites. O animal que existe dentro e fora de nós, nos torna nômades. Num moto contínuo, buscamos no exterior, um mundo perdido em algum lugar recôndito do silêncio do nosso ser.

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