sexta-feira, 5 de novembro de 2010

10 regrinhas básicas para se fazer uma obra de arte (Abrão Jabur)

Gosto de trabalhar com o que está à minha frente, ou seja, ao meu alcance.  Esse trabalho, em especial, surgiu de um envelope pardo solto em meio à bagunça de meu estúdio. Intuitivamente peguei o envelope e o colei na parede, como um quadro.  Esteticamente me agradou, principalmente pela economia de recursos. Emocionalmente também me tocou (ao olhá-lo bem...houve uma pausa). É um objeto que abre muitas possibilidades de pensamento. Assim iniciou-se esse trabalho que dois meses depois, com a proposta da exposição “onde vive a obra?”, completou-se com o título: 10 regrinhas básicas para se fazer uma obra de arte.         
                                                          
Há um paradoxo entre a afirmação de que existem regras para se fazer arte e o vazio dos envelopes (Título x Objeto). Daí pode surgir diversos questionamentos, tais como: O que é arte?  A arte que se ensina hoje nas escolas e é reforçada pelos modelos também institucionalizados (museus, galerias) é realmente vanguarda ou é um modismo? Idéias artísticas realizadas para causarem impacto imediato e os hibridismos que fundem novas tecnologias às linguagens tradicionais têm conseguido abrir outras perspectivas ou outras formas de ver?  Quais os limites do artista?  Por que o público de arte anda cada vez mais distante e desinteressado?  Diante de infinitas possibilidades que podemos contemplar que vazio é esse que toma conta da gente e do mundo?

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