quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Memoflash ASA 400 (Sérgio Badian)



O ato de olhar sempre compreende o de memorizar mesmo que involuntariamente. Uma faísca, um pequeno estímulo, ativa e revela uma imagem como em um filme sensibilizado.

A partir do momento que um observador vê uma obra ou sua imagem, ela faz parte do seu repertório. O contato não precisa ser em um museu, galeria ou coleção. Pode ser através de livros, revistas, internet ou outras reproduções. Somos compostos por tudo aquilo que nossos sentidos nos informam do mundo, nada nos escapa, mesmo neste turbilhão de imagens que nos atravessam na contemporaneidade.

Fisicamente a obra existe no mundo material, mas sua real vida está na memória, na sensação e estímulo que produz nas pessoas. É como na literatura, onde os personagens ganham vida a partir da leitura. Uma obra por sí só não existe, é preciso a intermediação do outro. E é isso que meu trabalho se propõe, buscar na memória a obra já de alguma forma vivenciada, reativá-la, revivê-la. A partir da dinâmica da caixa preta, nós nos tornamos filme que recebe a luz e revela a imagem.

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