“O real não está na saída, nem na chegada:
ele se dispõe pra gente é no meio da travessia..."
Guimarães Rosa
A obra vive na memória, a partir dessa capacidade que nos é inerente de reter imagens,expressões,conhecimentos e acontecimentos que fizeram parte da nossa trajetória e do nosso caminho.
Ela vive no passado junto às nossas lembranças, no aqui e no agora que moldamos e transformamos a partir de gestos e ações baseadas nas nossas percepções cotidianas, e no futuro incerto como um presente numa caixa de recordações.
Nesse lugar onde por vezes passeio,encontro resíduos, relíquias, marcas e mapas. Proponho o registro de um passeio ou a formação de uma cartografia num desenho que se faz ao mesmo tempo em que a matéria se transforma.
Ao espectador cabe essa autoria do registro. Suas marcas(pegadas) se inscrevem como histórias. Suas observações e explorações se definem diante da obra e se transformam individualmente em outras marcas e histórias.
Desse passeio surge um resultado matérico: um emaranhado de linhas, sulcos, evidências e rastros. Esse emaranhado são mapas que nos remetem à questões como passado/ presente, ausência/presença. Questionamentos acerca dos caminhos que escolhemos ou nos são determinados a trilhar: que marcas trazemos dessas caminhadas? O que compartilhamos e o que guardamos?
O lugar que escolhi, dentro da Escola Guignard, para apresentação/realização do trabalho é a passarela de vidro que liga o 1º ao 2º andar do prédio.
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